Primeiras Vésperas da Santa Mãe de Deus e o “Te Deum”

Cidade do Vaticano (RV) – Neste último dia do ano, 31 de dezembro de 2016, o Papa Francisco preside na Basílica Vaticana, às 17h00 locais (14h00 de Brasília), às Primeiras Vésperas da Solenidade da Santíssima Mãe de Deus, Maria, com o canto do Te Deum e a Bênção do Santíssimo Sacramento.

Origem do “Te Deum”

O Te Deum é um hino litúrgico tradicional. Seu texto foi musicado por vários compositores, entre os quais Wolfgang Amadeus Mozart, Franz Joseph Haydn, Hector Berlioz, Anton Bruckner, Antonín Dvorák, e até o imperador do Brasil, Dom Pedro I.

O Te Deum “é um hino muito antigo, alguns atribuem até a Santo Ambrósio e Santo Agostinho, mas já no século VI, São Bento fez menção a este hino. Trata-se de um hino de louvor a Deus, de ação de graças.

Este hino, que inicia com as palavras “Te Deum laudamos” (“a vós, ó Deus, louvamos”), tem um sentido trinitário porque menciona três pessoas, fazendo com que nós nos unamos aos anjos quando dizem: “A Ti aclamam todos os Anjos, os céus, todas as potestades, os querubins e os serafins”.

Assim, nós nos unimos a esta aclamação dos anjos a Deus, dizendo “Santo, Santo, Santo”, como na Missa. Com este canto, também pedimos a Deus que venha em socorro dos seus servos.

Este hino é cantado na tarde do último dia do ano (31), no final das Primeiras Vésperas da Solenidade da Santa Mãe de Deus. Antigamente, este celebração era comum.

Na história do Brasil, sabemos que quando Dom João VI chegou em terras brasileiras, ao desembarcar foi à Catedral para participar do canto do Te Deum. Quando Dom Pedro I e Dom Pedro II visitavam as cidades eram recebidos com este canto de agradecimento. Não eram celebradas Missas, mas o Te Deum.

A celebração das Vésperas, que contava com uma homilia, algum canto, uma celebração litúrgica, se perdeu um pouco no século XIX. Hoje em dia, é prescrita para o Ofício Divino, aos domingos, festas e solenidades, equivalente ao Glória da Missa.

Anos atrás, Paulo VI e João Paulo II iam à igreja dos jesuítas, Igreja do Jesus, em Roma, no último dia do ano e presidiam ao hino do Te Deum. Muitas vezes, este canto se faz durante a exposição do Santíssimo Sacramento. (MT)

Hino do “Te Deum”

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.

A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.

A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;

a Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:

Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!

Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.

A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,

a Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,

a Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!

A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,

ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objeto das nossas adorações, do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.

Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!

Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!

Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes

não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!

Vós, vencedor do estímulo da morte,

abristes aos fiéis o Reino dos Céus;

Vós estais sentado à direita de Deus,

no glorioso trono do vosso Pai!

Nós cremos e confessamos firmemente

que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.

A Vós, portanto, rogamos que socorrais os vossos servos

a quem remistes com o Vosso preciosíssimo Sangue.

Fazei que sejamos contados na eterna glória,

entre o número dos Vossos Santos.

Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,

regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.

Todos os dias Vos bendizemos e esperamos

glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.

Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.

Tende compaixão de nós, Senhor,

compadecei-Vos de nós, miseráveis.

Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,

pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.

Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.


Fonte: Rádio Vaticano

7.º Dia na Oitava do Natal – “Te Deum laudamus!”

Homilia Diária (Sábado)

“Te Deum laudamus!”

Hoje, dia 31 de dezembro, a Igreja nos convida a render graças a Deus não somente por tudo quanto dEle recebemos ao longo deste ano, mas também por ser Ele quem é, infinitamente bom e digno de ser amado e glorificado.



Versão áudio


Fonte: Christo Nihil Praeponere

Homilia

Celebrando hoje a festa da Sagrada Família, a Igreja direciona o nosso olhar para a figura, tão silenciosa e discreta, de SÃO JOSÉ:

Ele, mais do que qualquer outro homem, cumpriu com perfeição seus deveres de pai não apenas por ter sustentado materialmente a Jesus e a Maria, mas sobretudo por ter sido “rosto” de Deus: embora fosse o menor da casa, São José mereceu governá-la por sua atitude de humilde submissão à vontade dAquele que é Pai de toda paternidade e princípio de toda família humana.

Assista à homilia desta sexta-feira, dia 30 de dezembro, e recorramos juntos ao dulcíssimo patrocínio da SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ, modelo de recolhimento, caridade e humildade!


Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José


Versão Áudio


Hoje, festa da Sagrada Família, o Evangelho proclamado pela Igreja está centrado na figura, sempre discreta e silenciosa, de São José: é ele quem, em sonhos, recebe do Anjo do Senhor a ordem de fugir para o Egito com Maria e o Menino recém-nascido para depois, morto Herodes, trazê-los de volta a Israel, em cumprimento à profecia de Oséias: “Do Egito chamei o meu Filho” (Os 11, 1). Vemos como, já nestes primeiros momentos da vida de Cristo, São José, embora não O tenha gerado fisicamente, realizou de fato, e com um amor maior do que o dos demais pais a seus filhos, “todos os atos pertencentes a uma verdadeira paternidade” [1]. Educação, sustento, cuidado material, formação humana, intelectual, religiosa e profissional, todos estes deveres que os pais têm de realizar com respeito à sua prole, cumpriu-os São José com respeito ao Filho que lhe fora confiado [2], cuja divina dignidade exigia que se Lhe garantisse uma existência o mais limpa e imaculada possível [3].

Ora, ainda que a paternidade de São José com relação a Jesus seja nova, única e singular — pois não decorre duma geração natural, senão que se funda num vínculo moral e de amor estreitíssimo [4] —, a consideração de seu papel dentro da Sagrada Família pode ajudar-nos a compreender mais a fundo a extraordinária importância da figura paterna em qualquer família humana. E não há modo mais conveniente de começarmos nossa meditação de hoje do que por aquelas palavras do Apóstolo: “Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai, ao qual deve sua existência toda família no céu e na terra” (Ef 3, 14s), as quais nos despertam para o fato de que se o Pai celeste, por um lado, é fonte de toda paternidade humana, todo pai terreno, por outro, é imagem dAquele que é princípio de todas as famílias. Nossas lares, com efeito, estarão tanto mais bem organizados ao redor de Deus quanto mais os seus chefes se deixarem aniquilar para que neles resplandeça, como num “sacramental”, o rosto do único e verdadeiro Pai.

Isto se vê com especial clareza na Sagrada Família, na qual é ao menor — a São José — que cabe comandar a casa. O Filho, o próprio Verbo encarnado, e a Mãe, a mais pura das criaturas, submetem-se humildemente ao suave governo daquele que, num obediente silêncio, não faz mais do que escutar e cumprir a vontade de Deus; daí, pois, a sua autoridade e poder, duas prerrogativas paternas que dependem, como de sua fonte, da atitude de serviço aos demais e obediência aos mandamentos do Senhor que todos os pais, de qualquer condição, estão chamados a assumir. Recorramos ao patrocínio da Sagrada Família de Nazaré, modelo de caridade, recolhimento e humildade, e roguemos aos Céus a graça de que nosso pais, guardiões da paz e unidade domésticas, saibam dobrar-se diante da vontade de Deus e seguir o modelo de paternidade tão belamente encarnado em São José, esposo castíssimo de Maria Imaculada.

Referências

  1. José A. del Niño Jesús. San José: Su misión, su tiempo, su vida. Valladolid: Centro Español de Investigaciones Josefinas, 1965, p. 133.
  2. Cf. Antonio R. Marín, Teología Moral para Seglares. 2.ª ed., Madrid: BAC, 1961, pp. 657-661.
  3. Cf. José A. del Niño Jesús, op. cit., p. 134.
  4. Cf. Bonifacio Llamera, Teología de San José. Madrid: BAC, 1953, p. 102.

Fonte: Christo Nihil Praeponere